Brasil destaca-se como líder na produção da promissora fonte de energia sustentável

Prevê-se que até 2050, o Brasil seja capaz de produzir hidrogênio verde, a fonte mais acessível do mundo, custando apenas metade do preço do hidrogênio cinza atual

(Foto: Carlos Gibaja/ Gov. do Ceará)
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O hidrogênio verde é um tema particularmente promissor no contexto da busca global por alternativas de energia sustentáveis. A abundância, viabilidade econômica e potencial eficiência do Brasil o colocam entre os países mais propensos a liderar a produção dessa fonte de energia alternativa, de acordo com um artigo do professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ricardo Rüther, no The Conversation. Países em desenvolvimento como Chile e Argentina também podem oferecer preços competitivos.

O hidrogênio verde é uma forma de hidrogênio produzida por meio de eletrólise da água, utilizando energia renovável, como solar ou eólica. O Brasil é favorecido nesse contexto devido à sua vasta disponibilidade de recursos naturais e potencial para gerar eletricidade a partir de fontes renováveis. A produção de hidrogênio verde é considerada mais sustentável, uma vez que não emite dióxido de carbono durante o processo, ao contrário das formas convencionais de produção de hidrogênio.

O hidrogênio (H2) é um gás leve, incolor e altamente inflamável, sendo o elemento mais abundante no universo. Na Terra, é encontrado predominantemente combinado com o oxigênio na forma de água (H2O). O hidrogênio possui um conteúdo energético três vezes maior que a gasolina e, quando queimado, produz energia e água como únicos subprodutos, tornando-se uma fonte de energia limpa e sustentável. A utilização de energia renovável na produção de hidrogênio verde reforça ainda mais seu status como uma alternativa ambientalmente amigável em comparação com métodos tradicionais.

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No entanto, antes de poder ser usado como combustível, o hidrogênio deve ser separado de outros elementos, um processo intensivo em energia que é chamado de vários termos dependendo de onde vem. Por exemplo, o hidrogênio “cinza” é feito a partir de hidrocarbonetos ou eletrólise da água com energia elétrica de fontes fósseis, como termelétricas a carvão ou gás natural. Como todas as outras categorias que buscam valorizar essa forma de energia também usam combustíveis fósseis, devem ser consideradas cinzas. O hidrogênio “verde”, por outro lado, é uma opção mais sustentável e ambientalmente benéfica. É produzido pela eletrólise da água usando fontes renováveis como energia solar ou eólica.

A mudança para hidrogênio verde é fundamental para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A maioria do hidrogênio consumido atualmente é cinza, produzida a partir de fontes não renováveis. Menos de 0,1% desse hidrogênio vem da eletrólise da água. Mas a produção de hidrogênio verde está se tornando cada vez mais viável à medida que os preços das tecnologias renováveis diminuem.

O Brasil é um candidato privilegiado para a produção de hidrogênio verde devido ao seu vasto potencial de geração elétrica solar e eólica, bem como à sua abundância de recursos hídricos. Até 2050, o país poderá produzir hidrogênio verde com custo a metade do que custa o hidrogênio cinza, de acordo com estudos. Desde a propulsão de navios até o fornecimento de energia para aviação comercial, essa produção mais econômica pode contribuir significativamente para a economia do país e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Como resultado, o hidrogênio verde apresenta-se não apenas como uma opção promissora para a transição energética mundial, mas também oferece ao Brasil uma oportunidade única de liderar e crescer sustentavelmente em um setor que é fundamental para o futuro da energia.

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