Previsão de seca maior do que ano passado, obriga os super-terminais de manutenção a usar métodos inovadores para manter entregas de cargas

Desenvolvimento liderado por engenheiro naval da PGE resulta em solução robusta para a indústria local

(Foto: Reprodução)
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As previsões meteorológicas apontam para um período de seca ainda mais intenso na região, o que levou o Super Terminais a adotar medidas proativas para mitigar os efeitos na indústria regional. Como parte dessas medidas, foi lançada a Operação Itacoatiara, localizada no estado do Amazonas.

O desenvolvimento dessa operação ficou a cargo de Heitor Augusto de Souza Lima, engenheiro naval da empresa PGE. A equipe responsável pelo projeto dedicou-se a criar uma solução robusta e essencial para o funcionamento da indústria na Amazônia. Segundo o planejamento, a operação será realizada no município de Itacoatiara, em uma área adquirida exclusivamente para esse fim pelo Super Terminais. Esse é o único porto na região com área própria destinada a tais operações.

A área destinada à Operação Itacoatiara possui especificações exclusivas: um espaço de 300 mil metros quadrados situado na margem esquerda do Rio Amazonas. Além disso, a área tem acesso rodoviário asfaltado pela estrada do Aeroporto de Itacoatiara, estando a apenas 1,4 km do porto público local. Essas características tornam o local estratégico e bem posicionado para atender às necessidades logísticas da operação.

O módulo da operação será estrategicamente posicionado a uma distância de 100 metros da margem, em uma área com profundidade de 34 metros de calado. Essa profundidade permite que todos os tipos e tamanhos de navios atualmente em operação possam atracar sem dificuldades. Essa configuração facilita a navegação e garante a eficiência das operações portuárias.

A navegação entre Itacoatiara e Manaus será otimizada, com um tempo de viagem estimado em 18 horas na ida, cobrindo uma distância de 108 milhas náuticas (aproximadamente 200 km), e 12 horas na volta. Essa otimização reduzirá significativamente o tempo de transporte, aumentando a eficiência logística entre as duas localidades.

A Operação Itacoatiara terá como foco principal o transbordo de contêineres. A estrutura para essa operação estará disponível de setembro a dezembro, ou até que o calado do rio retorne ao normal. Para isso, será instalado um píer flutuante de 240 metros de comprimento e 24 metros de largura, equipado com três guindastes Konecranes ESP10. Cada guindaste terá uma lança de 64 metros e será alimentado por quatro geradores de 500 Kva, incluindo um gerador de backup para garantir a continuidade das operações em caso de falha dos geradores principais.

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“A Operação Itacoatiara é uma iniciativa do Super Terminais para amenizar os impactos da seca na indústria amazonense, não apenas mantendo o escoamento da produção da Zona Franca durante períodos de vazante severa, mas também contribuir para a estabilidade econômica da região, demonstrando compromisso com a inovação e a resiliência frente aos desafios climáticos”, disse um diretor da companhia. As operações serão realizadas em três turnos, 24 horas por dia, sete dias por semana. O objetivo principal é retirar toda a carga dos navios e continuar a operação de balsas até o porto de Manaus.

Além dos guindastes, a operação será equipada com plataformas elevatórias, empilhadeiras e todos os equipamentos necessários para as atividades de manutenção e operação. Esses recursos garantirão a eficiência e a segurança das operações portuárias, permitindo um manuseio adequado das cargas e a manutenção preventiva dos equipamentos.

A operação também incluirá o fornecimento de suprimentos essenciais como óleo diesel, além de serviços complementares para apoiar a atracação de navios. Serão disponibilizados serviços especializados em mergulho para inspeções subaquáticas e serviços gerais para todos os tipos de reparos necessários nas operações portuárias.

O suporte técnico será abrangente, incluindo segurança 24 horas, uma equipe médica para emergências, um sistema de coleta de resíduos, e internet via Starlink para acompanhamento em tempo real das operações. Haverá também uma base de apoio terrestre que fornecerá alimentação, abastecimento de água potável e uma rede de combate a incêndios, assegurando que todas as necessidades logísticas e de segurança sejam atendidas.

Vale destacar que, em 2023, o estado do Amazonas enfrentou a maior seca de sua história, impactando severamente a indústria local com um prejuízo estimado em mais de R$ 1 bilhão, segundo o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM). A principal via de escoamento da produção industrial do estado é através dos rios, e a extrema redução dos níveis dos leitos fluviais devido à seca dificultou ou até impossibilitou a navegação de embarcações de grande porte. Essa situação ressaltou a necessidade de operações como a de Itacoatiara para garantir a continuidade das atividades industriais na região.

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