Onda de Expansão no Refino Brasileiro

Petrobras e Parceiros Investem R$ 137 Bilhões até 2029

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Capacidade de Refino Deve Crescer 16%, com Foco em Diesel S10, Lubrificantes e Combustíveis de Baixo Carbono

O setor de refino brasileiro está passando por uma transformação estratégica, impulsionado por investimentos maciços da Petrobras e de parceiros privados. Até 2029, estão previstos R$ 137 bilhões em investimentos, elevando a capacidade de refino nacional de 1,813 milhão para 2,105 milhões de barris por dia (bpd) – um aumento de 16% (ANP, 2023).

A expansão visa reduzir a dependência de importações de derivados, especialmente diesel e gasolina, que em 2022 representaram 25% do consumo interno (EPE, 2023). Além disso, o plano prioriza a produção de combustíveis mais limpos, alinhando-se às metas de descarbonização e à transição energética global.


Principais Projetos em Andamento

1. Refinaria Abreu e Lima (RNEST) – Pernambuco

Investimento: R$ 35 bilhões (Petrobras, 2024)
Capacidade atual: 100 mil bpd → Expansão para 260 mil bpd até 2028
Foco:

  • Aumento de 40% na produção de diesel S10 (atendendo à demanda do agronegócio e transporte rodoviário)

  • Modernização do Trem 1 e conclusão do Trem 2

  • Integração com a produção de biocombustíveis

Impacto: Geração de 12 mil empregos diretos e redução de 10% nas importações de diesel até 2030 (BNDES, 2023).

🔗 Fontes: Petrobras (2024), ANP (2023), BNDES (2023)


2. Complexo de Energias Boaventura (RJ) – Antigo Comperj

Investimento: R$ 52 bilhões (consórcio Petrobras/Prumo)
Início das obras: 2025
Capacidade prevista:

  • 75 mil bpd de diesel S10

  • 20 mil bpd de querosene de aviação

  • 12 mil bpd de lubrificantes Grupo II (alta qualidade)

  • 2 usinas termelétricas a gás (1.800 MW combinados)

Diferencial: O complexo será um hub de energias renováveis e gás natural, integrando-se ao Porto do Açu e ao mercado de carbono (EPE, 2023).

🔗 Fontes: EPE (2023), Petrobras (2024), Agência Nacional de Energia (ANEEL)


3. Modernização das Refinarias de São Paulo (Replan, Revap, RPBC e Recap)

Investimento: R$ 21 bilhões (Petrobras, 2024)
Principais melhorias:

  • Aumento da eficiência energética

  • Expansão da produção de biocombustíveis

  • Redução de emissões em 15% até 2028 (meta Petrobras)

Impacto econômico: Geração de 15 mil empregos diretos e indiretos (Dieese, 2023).

🔗 Fontes: Petrobras (2024), Dieese (2023)


Transição Energética: Biocombustíveis e SAF

A Petrobras está investindo em parcerias para:

  • Diesel verde (HVO) em parceria com a Refinaria Riograndense

  • Combustível Sustentável de Aviação (SAF) em cooperação com a Acelen (antiga Mataripe)

  • Biorrefino na Refap (RS) e Lubnor (CE)

Meta: Aumentar a participação de biocombustíveis para 10% da produção até 2030 (Plano Decenal de Energia, 2032).

🔗 Fontes: PDE 2032, Petrobras (2024), Acelen


Desafios e Perspectivas

Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta:
✔ Dependência de importações (especialmente diesel)
✔ Necessidade de maior integração com renováveis
✔ Pressões regulatórias e ambientais

Projeção: Mesmo com a expansão, o país continuará importando ~15% do diesel consumido até 2030 (IEA, 2023).


Conclusão

A onda de investimentos no refino brasileiro representa um marco na segurança energética e na transição para combustíveis mais limpos. Com projetos estratégicos como RNEST, Boaventura e modernização das refinarias paulistas, o setor está se preparando para atender à demanda futura, reduzir emissões e fortalecer a economia nacional.

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