Magda Chambriard, a nova presidente da Petrobras, reafirma compromisso com acionistas e destaca a importância de manter a responsabilidade na gestão

Em sua primeira coletiva após assumir o cargo, a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, enfatizou a importância de garantir a abertura de novas fronteiras exploratórias para gás e petróleo.

Coletiva de imprensa com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em 27/5/2024 (Foto: Rafael Pereira/Agência Petrobras)
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Nesta segunda-feira (27), Magda Chambriard, a recém-nomeada presidente da Petrobras, enfatizou a importância do avanço das atividades exploratórias na costa brasileira para garantir a segurança energética do país e o abastecimento interno de combustíveis. Chambriard enfatizou que, nesse contexto, a Margem Equatorial, que inclui a foz do Rio Amazonas, é essencial.

A executiva foi indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para substituir Jean Paul Prates, que foi demitido na semana retrasada após um prolongado processo de desgaste político. A situação de Prates se agravou  após sua abstenção em uma votação crucial sobre a distribuição de dividendos extraordinários relativos ao lucro de 2023, decisão que foi mal recebida tanto pelo governo quanto por acionistas.

Em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo, Chambriard abordou a situação do plano de exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, que atualmente enfrenta resistência por parte do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Ela ressaltou que o desenvolvimento de novas áreas de exploração é vital para a sustentabilidade energética a longo prazo, e que a Petrobras está comprometida em seguir todas as diretrizes ambientais rigorosamente: “O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) precisa compreender melhor a necessidade do país e da Petrobras de explorar petróleo e gás, até mesmo para liderar a transição energética. Estamos fazendo grandes investimentos em direção ao net zero, incluindo projetos ambiciosos de captura de CO2, produção de energia renovável e petróleo verde, além de esforços significativos no campo do hidrogênio. Vamos investir nessa diversidade de geração de energia”, afirmou.

As bacias hidrográficas da foz do Rio Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar compõem a Margem Equatorial, que se estende pelo litoral brasileiro desde o Rio Grande do Norte até o Amapá. O setor de óleo e gás vê esta área como tendo um grande potencial. No Plano Estratégico 2024-2028, a Petrobras prevê investimentos de US$ 3,1 bilhões em pesquisas na Margem Equatorial. A expectativa é perfurar 16 poços ao longo desses quatro anos.

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A presidente explicou que a exploração na Margem Equatorial pode trazer benefícios significativos para a economia brasileira, gerando empregos e contribuindo para a balança comercial do país. No entanto, reconheceu a necessidade de equilibrar o desenvolvimento econômico com a proteção ambiental, e afirmou que a Petrobras está investindo em tecnologias avançadas para minimizar os impactos ambientais das atividades exploratórias.

Após a decisão do Ibama no mês passado, que determinou que a nova solicitação não pode ser avaliada sem os estudos sobre os efeitos para os povos indígenas, a Petrobras pediu reconsideração. A estatal, por outro lado, diz que essa exigência é ilegal agora. Eles argumentam que esses estudos devem ser apresentados em um momento posterior, durante um processo de licenciamento mais tarde.

Magda Chambriard afirma que os passos da Petrobras demonstram sua preocupação com o meio ambiente. Ela citou, por exemplo, a criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool) na década de 1970, enfatizando o compromisso histórico da empresa com projetos ambientais.

“As críticas eram enormes. Diziam que a Petrobras ia perder dinheiro. E a Petrobras liderou isso e fez acontecer. No início desse ano, o etanol era mais econômico que a gasolina em 21 estados brasileiros. Então, a questão dos renováveis vem numa lógica negocial associada a um custo de oportunidade em um mundo que está olhando para o net zero. Isso tem um valor intangível, tem valor empresarial, atrai financiamentos mais baratos. Nós temos tradição nesse ramo e eu refuto um pouco a ideia de que a energia renovável dá prejuízo”.

A presidente da Petrobras também comentou sobre as estimativas de produção da estatal, com base nas reservas atuais. “Vamos alcançar um pico de produção em 2030. Não deixaremos de ser autossuficientes nesse ano, porém, começaremos a enfrentar dificuldades para repor as reservas, considerando o que já foi descoberto. Isso não significa que não possamos fazer novas descobertas no pré-sal,” afirmou. Ela acrescentou que grandes descobertas são improváveis, mas enfatizou a necessidade de manter, enfrentar e acelerar os esforços exploratórios. “Trata-se de uma questão de segurança para o país,” concluiu.

2 Comentários
  1. Flávio Pereira Diz

    Ótimo texto, muito interessante como foi abordado o tema. Vale a leitura!

  2. Lucas Fonte Diz

    Baita texto, nota 10 para a matéria!

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