Ever Given no Canal de Suez e corrida por seguros
Após uma semana de interrupção numa das principais rotas marítimas do mundo
Cerca de 90% das cargas marítimas não são seguradas para atrasos, segundo revista especializada Lloyd’s List.
Perda Gigante
Uma longa rodada de cobranças deve começar, com os envolvidos tentando dirimir suas perdas, após uma semana de interrupção numa das principais rotas marítimas do mundo. A expectativa é que 140 embarcações atravessem o canal.
De acordo com a Lloyd’s List, revista especializada em navegação, 90% das cargas marítimas não estão seguradas em caso de atraso.
No mercado de navegação, normalmente, os navios pertencem a uma empresa e são alugados para outros usuários utilizarem. É o caso do navio que encalhou, que é japonês mas está alugado para uma empresa de Taiwan.
Quem aluga paga uma taxa diária pelo uso da embarcação e, com o atraso gerado pela obstrução, esse valor irá aumentar. Além disso, mesmo com o problema em Suez resolvido, muitos desses navios irão para os mesmos portos na Ásia, levando, portanto, o congestionamento de um lugar para o outro.
Pelo menos 369 navios esperavam a desobstrução do canal, incluindo dezenas de navios porta-contêineres, graneleiros, petroleiros e navios de gás natural liquefeito (GNL) ou gás liquefeito de petróleo (GLP), disse Rabie, da SCA. A expectativa é que a fila de navios só deve acabar em 4 dias.
Lua cheia ajudou o navio Ever Given
A ajuda veio do céu: uma enorme lua cheia, que atingiu o seu perigeu (ponto mais próximo da Terra), contribuiu para a elevação das marés na região do canal.
Na noite de domingo (28), enquanto as equipes de trabalho se alternavam nas tarefas de dragar areia e puxar o navio, ocorreu um fenômeno conhecido como “maré sizígia”, termo que vem da astronomia e identifica de forma abrangente o alinhamento de três corpos pertencentes a um mesmo sistema gravitacional, no caso a Terra, a Lua e o Sol.