Ministra Marina Silva defende limite na produção e exploração de Petróleo

Ministra do Meio Ambiente afirma que sem uma discussão sobre limites de exploração petrolífera, a meta de triplicar a energia renovável não será alcançada

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu a ideia de criar um “teto” para a produção de petróleo no Brasil em uma entrevista publicada nesta terça-feira (26) pelo jornal britânico Financial Times. Marina, conhecida em todo o mundo por seu trabalho em defesa do meio ambiente, afirmou que o país não conseguirá atingir metas concretas de redução das emissões de carbono sem impor restrições à indústria petrolífera.

A ministra enfatizou o compromisso do Brasil de triplicar sua participação em energias renováveis, mas enfatizou que isso só será possível se a questão dos limites à exploração de petróleo for examinada com cuidado. O jornal britânico abordou a disputa entre Marina Silva e Alexandre Silveira (PSD), ministro de Minas e Energia, sobre o licenciamento na Margem Equatorial.

“Uma questão que terá que ser enfrentada é a dos limites, um teto para a exploração de petróleo. É um debate que não é fácil, mas que os países produtores de petróleo terão de enfrentar”, disse. Marina acredita que triplicar o uso de energia renovável seria um objetivo viável sem restrições à exploração da commodity.

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Obstaculos

O jornal enfatiza que a posição de Marina Silva enfrenta dificuldades até mesmo dentro do governo, “especialmente no Ministério de Energia e da Petrobras”. Apesar da oposição do Ibama, o presidente atual da Petrobras, Jean Paul Prates, tem defendido a exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas, na margem equatorial, onde existem enormes reservas de “ouro negro”, desde que assumiu o cargo.

O governo declarou durante a conferência do clima COP28 em Dubai que havia recebido um convite para se unir à Opep, que reúne os maiores exportadores de petróleo do mundo. O governo planeja aceitar o convite. Embora Lula tenha afirmado que o Brasil seria apenas um observador no grupo. Ambientalistas críticaram o anúncio.

“Não podemos desistir da transição energética. A segurança energética é necessária, mas também devemos pensar na transição. Ambas as coisas devem acontecer”, disse Marina Silva. reforçando a importância de encontrar um meio de equilibrar as demandas energéticas do país com a preservação ambiental. O futuro ambiental e energético do Brasil dependerão das decisões tomadas sobre a exploração de petróleo.

O jornal destacou a postura do governo Lula, expressa por Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, de que não vê “nenhuma contradição” entre ter objetivos de exploração de petróleo e buscar um papel significativo na transição para a energia verde. Ele afirmou que as receitas provenientes do petróleo podem até ajudar a financiar essa transição. A discussão enfatiza as divergências dentro do governo sobre como harmonizar a exploração de recursos naturais com os objetivos ambientais e de sustentabilidade.

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