Uma das estatísticas surpreendentes que tentam demonstrar o tamanho do maior navio do mundo é o deslocamento de uma quantidade de água equivalente ao deslocamento de cinco porta-aviões. A Samsung Heavy Industries construiu a imponente plataforma flutuante de gás natural liquefeito (FLNG) Shell Prelude na Coreia do Sul em 2012. Foi concluída em julho de 2018 e foi rebocada para a Austrália.
Atualmente, a instalação flutuante está ancorada no campo de gás Prelude da Shell, a cerca de 475 km ao norte da costa oeste da Austrália. Em 2018, o campo Prelude iniciou suas operações de extração e processamento de gás em alto-mar. O gás é extraído do leito marinho e transportado até a plataforma flutuante para ser resfriado.
Apesar de sua aparência de navio, o Prelude não é, no sentido mais estrito, um navio, pois precisa ser rebocado até o seu destino. Os navios de GNL, que atendem clientes asiáticos, param para encher seus tanques com gás liquefeito, que foi arrefecido a -162 graus Celsius. Sua capacidade de produzir e descarregar gás para grandes transportadores elimina a necessidade de longos gasodutos para instalações de processamento de GNL em terra. Além disso, a tecnologia é elogiada pela capacidade da estrutura de ser usada em outro local remoto. Em 2016, a Shell optou por não prosseguir com mais três projetos FLNG com a Samsung, devido ao custo elevado de instalação offshore.
A Shell, em conjunto com os parceiros de joint venture KOGAS e Impex, prevê que o navio permanecerá no campo Prelude por até 25 anos antes de ser rebocado para outro campo offshore.
A plataforma da Royal Dutch Shell, conhecida como Prelude, é colossal, medindo 488 metros de comprimento e 74 metros de largura, com uma torre que se eleva a 93 metros. Seu convés supera o tamanho de quatro campos de futebol, e seus tanques de armazenamento têm capacidade para 175 piscinas olímpicas. Com dimensões comparáveis às do Empire State Building e à envergadura das asas de um Boeing 747, o Prelude desloca mais de 600 mil toneladas quando totalmente carregado, sendo posicionado por mais de 6.700 propulsores e requerendo 50 milhões de litros de água por hora para resfriar o gás natural liquefeito (GNL). Estima-se que seu custo total possa chegar a US$ 19,3 bilhões, conforme os registros de 2019 da OPIC Australia Pty Ltd, uma subsidiária da CPC de Taiwan, detentora de 5% do Prelude, cujos custos de construção para sua participação atingiram US$ 964 milhões até dezembro de 2019.
Manutenção
A manutenção começou em agosto de 2023 e terminou em dezembro do mesmo ano. Foi confrontado com dificuldades operacionais devido à sua localização offshore remota e às complicações de ser a primeira instalação flutuante de GNL do mundo. A instalação passou por vários problemas, um dos quais foi um grande desastre em dezembro de 2021, quando um incêndio causou uma queda total de energia.
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Resposta da Shell
A Shell reconheceu as complexidades operacionais do Prelude em um comunicado, ressaltando seu compromisso com a segurança durante o processo de manutenção. Essa extensa revisão marcou o primeiro grande esforço de manutenção da instalação, abordando não apenas os escopos de trabalho inicialmente identificados, mas também áreas adicionais reveladas durante o processo, demonstrando a dedicação da Shell à confiabilidade a longo prazo da instalação.
Localizado a 475 quilômetros da costa oeste da Austrália, o Prelude desempenha um papel estratégico no mercado global de GNL. Sua retomada das operações coincide estrategicamente com o pico de demanda no inverno, especialmente em grandes mercados como China e Europa, sugerindo um potencial aumento nas exportações de GNL, o que contribui para o panorama energético global.
A retomada das exportações do Prelude representa um desenvolvimento positivo para a Shell, prevendo-se um fluxo de caixa significativo nos próximos anos. Com sua tecnologia inovadora e manutenção cuidadosa, o Prelude emerge como um player-chave no mercado de GNL.