De acordo com as projeções fornecidas pela Abespetro, uma organização representativa dos diversos elos da cadeia de fornecimento das empresas petrolíferas, é esperado que o setor de petróleo e gás venha a contribuir significativamente para a economia através da geração de aproximadamente 300 mil empregos nos próximos seis anos. Estes empregos, tanto diretos quanto indiretos, irão abranger uma variedade de funções e especialidades, incluindo desde engenheiros e técnicos até trabalhadores da construção civil, logística e serviços de apoio.
Uma perspectiva otimista para o aumento do número de empregos no setor petrolífero foi apresentada durante um evento na noite desta quinta-feira, 11, no Rio de Janeiro, no Caderno Abespetro 2024. Se os investimentos planejados para o desenvolvimento das áreas já concedidas forem realizados conforme previsto, o número de trabalhadores nas empresas petrolíferas, fornecedoras de bens e serviços do primeiro elo da cadeia de abastecimento chegará a 911 mil em 2029. Esse número representa um aumento significativo em relação aos 616 mil funcionários registrados em 2023.
Conforme revelado por um estudo da consultoria de recrutamento Michael Page, há uma tendência notável no mercado de trabalho do setor petrolífero. Enquanto a maioria das oportunidades de emprego futuras será direcionada a profissionais com formação técnica, neste ano, há uma crescente demanda por especialistas em gerenciamento de manutenção, integridade de poços e desenvolvimento de negócios. Esses cargos estratégicos são altamente remunerados, com salários mensais variando entre R$ 18 mil e R$ 40 mil
Os dados fornecidos pela Abespetro mostram claramente que as contratações no setor petrolífero estão em andamento. No ano passado, 55 mil novas vagas foram criadas. Além disso, o primeiro trimestre deste ano viu um crescimento notável nas contratações no setor de petróleo e gás, conforme apontado pela consultoria Michael Page. O número de novas contratações aumentou em 30% em comparação com o mesmo período de 2023.
Expansão do Pré-Sal impulsiona mercado de trabalho
Telmo Ghiorzi, presidente da Abespetro, afirma que o crescimento contínuo da produção de petróleo e gás no Brasil, impulsionado pelo desenvolvimento do pré-sal, está diretamente relacionado à projeção de aumento de empregos. Ghiorzi enfatiza que a expansão é o resultado de grandes investimentos e avanços tecnológicos na indústria petrolífera do país.
O aumento da produção de petróleo e gás aumenta a demanda por plataformas operacionais. Isso leva a uma maior demanda por fornecedores de peças e serviços especializados. Diversas empresas do setor enfatizam essa conexão entre aumentar a produção e contratar fornecedores. A representação das petroleiras, o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), prevê que a indústria investirá US$ 180 bilhões (aproximadamente R$ 913 bilhões) nos próximos dez anos.
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Como exemplo, este ano a SLB contratou 150 novos funcionários. Sua previsão é de mais 600 contratações até o final de dezembro, incluindo trainees, profissionais com experiência e técnicos especializados. A empresa afirma que a razão principal para esse aumento nas vagas é a obtenção de novos contratos no país, principalmente com pequenas e médias empresas petrolíferas.
Desafio da Qualificação da Mão de Obra
Tanto as empresas do setor, quanto a Abespetro estão preocupadas com a possibilidade de escassez de mão de obra especializada, devido ao aumento da demanda por trabalhadores qualificados.
A Constellation, anteriormente conhecida como Queiroz Galvão Óleo e Gás, uma empresa especializada na prestação de serviços de perfuração de poços em alto-mar, está atualmente com 92 vagas disponíveis no Brasil. Em comunicado oficial, a empresa destacou que “um dos maiores desafios enfrentados pelo setor é a atração e retenção de talentos”. Para superar essa dificuldade, a empresa está comprometida com um programa abrangente de capacitação, focado na formação de operadores de sondas. Esse investimento em treinamento e desenvolvimento de pessoal não apenas ressalta a importância da qualificação da mão de obra para as operações offshore, mas também demonstra o compromisso da empresa em enfrentar os desafios do mercado, garantindo a qualidade e eficiência de seus serviços.