No final deste mês, o presidente francês, Emmanuel Macron, fará uma visita oficial ao Brasil, com o objetivo de promover a expansão do mercado de energia nuclear no país, além de fortalecer os laços militares. O Brasil, que já incorpora tecnologia francesa em seus submarinos, evidencia um interesse crescente em parcerias estratégicas para o avanço tecnológico, tanto na área de defesa quanto na energia.
A Marinha Brasileira também está considerando uma nova parceria potencialmente frutífera com a Índia, devido à experiência desta última em setores estratégicos. As discussões e a colaboração devem alcançar um novo patamar à medida que as duas nações se preparam para seu primeiro Diálogo Ministerial 2+2 em Nova Deli no próximo mês. Esse compromisso diplomático inovador, confirmado pelo Embaixador brasileiro Kenneth Haczynski da Nobrega, ressalta a importância econômica da parceria.
O objetivo do Memorando de Entendimento negociado com a Índia é aumentar a cooperação técnica, treinamento e desenvolvimento de programas de submarinos de ataque com propulsão nuclear e reduzir os custos de manutenção e reparo dos submarinos Scorpène. Estas ações mostram a busca do Brasil por colaborações estratégicas que melhorem sua defesa e habilidades tecnológicas, consolidando sua posição como uma potência emergente no mundo.
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Atualmente, a Índia é o país mais populoso do mundo, ultrapassando a China, o que representa um mercado gigantesco de 1,408 bilhão de pessoas. Neste momento, o pilar central deste aprofundamento da parceria entre Brasil e Índia é o mercado de defesa, com potencial para uma ampla colaboração no domínio da manutenção e tecnologia submarina. O Brasil, com sua frota de submarinos da classe Scorpène, e a Índia, que possui um robusto programa de submarinos domésticos, poderão se beneficiar enormemente do intercâmbio tecnológico e da cooperação mútua. Atualmente, estão em curso negociações entre as duas marinhas para potencialmente assinar um Memorando de Entendimento (MoU) que visa pontos estratégicos.
A ampliação dessa cooperação entre as marinhas indiana e brasileira poderia implicar no compartilhamento sistemático da experiência indiana em manutenção e operações submarinas para aprimorar as capacidades brasileiras. Além disso, o contínuo desenvolvimento do programa brasileiro de submarinos de ataque com propulsão nuclear poderia se beneficiar da vasta experiência da Índia nessa área. Essa cooperação poderia resultar em potenciais joint ventures e compartilhamento de conhecimentos no futuro desenvolvimento de tecnologia submarina.
A visita pode acontecer em momentos importantes da história da Marinha Brasileira, como o lançamento do Humaitá, o terceiro submarino da Marinha Brasileira, na base naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro. Este evento enfatiza a forte colaboração militar e tecnológica entre Brasil e França e sua importância estratégica.