A Petrobras divulgou recentemente ao mercado um importante passo estratégico: a assinatura dos contratos para a venda dos campos de Cherne e Bagre, situados em águas rasas na promissora Bacia de Campos, à empresa Perenco. Esses campos, que têm estado em estado de hibernação desde março de 2020, com suas operações de produção suspensas desde então, agora estão destinados a uma nova fase de desenvolvimento sob a gestão da Perenco.
O acordo atingiu um valor substancial de US$ 10 milhões. O início real da transação é demonstrado pela transferência de uma primeira parcela de US$ 1 milhão nesta semana. Ao terminar o negócio, o valor restante será pago, concluindo a transferência de propriedade.
A Petrobras informou que a transferência dos campos de Cherne e Bagre para a Perenco significa uma mudança de proprietário e a promessa de reiniciar a produção sob o comando do novo operador. Uma abordagem alternativa ao descomissionamento das instalações e devolução das concessões à Agência Nacional do Petróleo (ANP) surge como uma opção mais estratégica.
“Não haverá prejuízo ou transferência de qualquer empregado da Petrobrás em decorrência da cessão dos ativos, uma vez que a maior parte dos trabalhadores que atuavam na operação já foi realocada para outras atividades da companhia. O efetivo mínimo mantido para manutenção dos ativos hibernados integrará outras operações após a conclusão da transferência dos campos”, detalhou a Petrobras.
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Um marco importante no desenvolvimento do setor energético brasileiro foi a aquisição inicial da Petrobras dos campos de Cherne e Bagre por meio da Rodada Zero da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Esses campos estão em águas com profundidades de 108 a 150 metros e estão estrategicamente localizados na Bacia de Campos, a 73 km da costa do estado do Rio de Janeiro.
Antes da interrupção da produção em março de 2020, Cherne e Bagre estavam em plena atividade, utilizando as plataformas PCH-1 e PCH-2 para extrair recursos preciosos. No entanto, desde então, essas plataformas foram colocadas em estado de hibernação, deixando as operações em suspenso.
Diante dos desafios enfrentados e das mudanças no panorama da indústria, a Petrobrás iniciou, em maio de 2022, o processo junto à ANP para a devolução das concessões associadas a Cherne e Bagre. Esse movimento indicava o início do planejamento para o descomissionamento das instalações de produção relacionadas a esses campos, marcando um capítulo potencialmente final em sua história sob o controle da Petrobrás.
No entanto, com a recente assinatura dos contratos para a venda desses campos à Perenco, uma nova reviravolta ocorreu nessa narrativa. Em vez de enfrentar o desmantelamento das instalações e a devolução das concessões, Cherne e Bagre agora têm a perspectiva de um renascimento sob a gestão do novo operador, trazendo consigo a esperança de um futuro revitalizado e promissor na indústria petrolífera brasileira.