O aumento das tensões no Oriente Médio, embora limitado em alcance, tem exercido pressão sobre os preços do petróleo. No entanto, é importante notar que a commodity já vinha demonstrando sinais de valorização há algum tempo.
Maria Irene Jordão, analista de estratégia global da XP, destacou durante sua participação no programa Expert Talks da XP que há uma tendência mais pronunciada para a alta dos preços do petróleo do que para a baixa. Ela enfatizou que as questões geopolíticas, longe de serem resolvidas, continuam a gerar instabilidade nos mercados e há uma alta probabilidade de que o cenário global se deteriore ainda mais. Essa análise aponta para a persistência de desafios significativos que podem impactar a oferta e a demanda de petróleo, elevando ainda mais os preços da commodity.
A analista enfatiza que o conflito entre Israel e Hamas, que se intensificou na região do Oriente Médio, não é a única causa da pressão sobre os preços do petróleo. Ela observa que eventos como a atividade da milícia Houthi no Mar Vermelho e o ataque do Irã ao território israelense no final de semana contribuíram para essa pressão.
Outros riscos que podem pressionar os preços do petróleo estão associados ao desenvolvimento da situação na Guerra da Ucrânia. Recentemente, tem havido uma concentração de ataques a alvos na Rússia, com foco particular na infraestrutura relacionada ao setor petrolífero. Esses eventos adicionam uma camada adicional de incerteza aos mercados globais de energia, já que qualquer interrupção significativa na produção ou no transporte de petróleo na Rússia pode ter impactos significativos nos suprimentos e nos preços internacionais do petróleo. Além disso, a escalada das tensões na região também pode aumentar as preocupações com a segurança dos principais corredores de transporte de petróleo, como o Mar Negro e o Bósforo, adicionando pressão adicional aos preços do petróleo nos mercados globais.
Adicionalmente, Maria Irene Jordão observa que há uma necessidade premente de repor os estoques de petróleo nos Estados Unidos, gerando uma espécie de “força de compra” nos mercados. No entanto, ela destaca que o governo está enfrentando um dilema em relação a essa medida, pois a reposição dos estoques poderia potencialmente aumentar os preços dos combustíveis. Esse cenário se torna ainda mais sensível em um ano eleitoral, onde qualquer aumento no preço dos combustíveis poderia ser mal recebido pelos eleitores, tornando essa estratégia menos favorável do ponto de vista político.
A demanda global por petróleo
Durante sua participação nos Expert Talks, Helena Kelm, analista de pesquisa da XP especializada em gás, óleo e petroquímicos, forneceu insights úteis. Ela enfatizou que o forte aumento nos preços do petróleo no início do ano foi resultado não apenas de fatores geopolíticos, mas também de um forte crescimento na demanda global. Ao incorporar questões geopolíticas, bem como tendências econômicas e industriais em todo o mundo, essa análise enfatiza a complexidade das interações entre os vários fatores que impactam os mercados de energia.
Alexandre AAgesen, investor XP Unique, no mesmo programa, afirma que hoje “o petróleo está muito ao sabor das notícias mais quentes” no mundo que mexem com as commodities, e não mais tanto a reboque tanto de uma grande demanda de um país.
Durante o mesmo programa, o investidor da XP Unique Alexandre Agesen expressou sua opinião, dizendo que o mercado de petróleo agora depende menos da demanda de uma nação do que das notícias mais recentes que afetam as commodities em todo o mundo.