Petrobras considera utilização de plataformas próprias para Projeto em Sergipe Águas Profundas

O diretor executivo afirmou que a estatal está determinada a concretizar o projeto, mesmo que a licitação não obtenha o resultado esperado.

(Foto: Divulgação)
0 53

Carlos Travassos, diretor executivo de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, revelou durante o Sergipe Day, realizado na Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro, que a Petrobras está avaliando a possibilidade de utilizar plataformas próprias para impulsionar o projeto de produção em Sergipe Águas Profundas (SEAP). Essa declaração vem em resposta às incertezas em torno da viabilidade das propostas de licitação para afretamento de plataformas na região.

“Se não tivermos êxito, vamos partir para unidades próprias, operadas pela Petrobras”, afirmou Travassos, enfatizando o compromisso da estatal em realizar o projeto, independentemente da viabilidade das propostas de licitação.

No entanto, o diretor reconheceu que a decisão de adotar unidades próprias poderia impactar o cronograma dos projetos, potencialmente atrasando sua entrada em produção. Ele observou que “a tendência é que uma unidade própria demande mais tempo que uma afretada”, ressaltando a complexidade envolvida.

Apesar dos desafios, Travassos destacou as potenciais vantagens de ter unidades próprias. “São outros desafios, mas a gente teria muito mais controle sobre o processo”, afirmou, sugerindo que o aumento do controle pode compensar os possíveis atrasos no cronograma.

Adicionalmente, ele revelou que a Petrobras já está em processo de trabalhar na engenharia básica para um eventual FPSO próprio, indicando uma preparação prévia para essa possível contingência.

Essa decisão marca uma abordagem estratégica da Petrobras para garantir o avanço do projeto em Sergipe Águas Profundas, demonstrando um compromisso firme com o desenvolvimento do setor energético na região, apesar dos desafios enfrentados no ambiente de licitações e contratações.

Dificuldades

Travassos ainda destacou que a comparação de custos entre projetos próprios e afretados não é simples. “É um processo interno em que olhamos o mercado, tempo de implantação e o custo do ativo. Não necessariamente uma unidade própria é mais cara que a afretada”, explicou.

Enquanto isso, a Petrobras continua com sua licitação para a contratação das duas plataformas previstas para a região de Sergipe Águas Profundas. Com capacidade para produzir 120 mil barris/dia cada, essas unidades devem entrar em operação a partir de 2028. O investimento estimado para o primeiro FPSO é de R$ 40 bilhões, enquanto para a segunda unidade é de R$ 60 bilhões.

No entanto, os processos de contratação enfrentaram dificuldades e precisaram ser estendidos duas vezes, principalmente devido às questões de financiamento das proponentes. A expectativa é que as propostas sejam apresentadas em junho.

Decisão prevista para segundo semestre

O segundo semestre de 2024 será o momento em que a decisão final sobre o investimento para o projeto em Sergipe será tomada. O diretor confirmou que a viabilidade do projeto sergipano está intimamente ligada à produção de petróleo, devido à existência de campos de gás não associados na região. Além disso, Travassos enfatizou que para que a construção do gasoduto seja viável, ambas as plataformas devem ser instaladas.

A extração de 240 mil barris de petróleo e 22 milhões de metros cúbicos de gás natural diariamente é projetada para atingir o pico de produção do SEAP entre os anos de 2030 e 2035. Até agora, a Petrobras já investiu R$ 9 bilhões em atividades em águas profundas nos estados de Sergipe e Alagoas.

Travassos reiterou a importância da presença da Petrobras em Sergipe para os futuros planos exploratórios da empresa, destacando também sua relevância na região da Margem Equatorial.

“A Petrobras voltou de forma forte ao Sergipe. Para nós, é importante ter uma base forte ali, inclusive para a Margem Equatorial”, disse.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.